sábado, 16 de junho de 2012

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E CHARGES. profº Cicero Brito de Andrade



-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE ENSINO Á DISTÂNCIA – NEAD
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO –SEED/MEC


CÍCERO BRITO DE ANDRADE

  
MÓDULO:
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E CHARGES

  
CAXIAS
2011



Histórias em quadrinhos
As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editorial dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo cômico dos super-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos cômicos alguns já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha e outros).
A única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que desenvolveu-se um conjunto de características profundamente nacional é a tira. Apesar de não ser originária do Brasil, no país ela desenvolveu características diferenciadas. Sob a influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 1960 e mais tarde de grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80 (muitos dos quais ainda em atividade), a tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais "ácida" e menos comportada do que a americana.
Na década de 50, no Brasil, aconteceu a primeira exposição Internacional da História em Quadrinhos, valorizada enquanto arte voltada para a massa. O responsável pela exposição foi o professor Álvaro de Moya. Destaca-se como representante expressivo das Histórias em quadrinhos, no Brasil, Ângelo Agostini.          
No período pós-guerra, houve uma grande preocupação da sociedade em relação às histórias em quadrinhos. Nessa época, começaram a surgir os gibis que exploravam histórias de suspense e terror. Nas décadas de 60-70 surgiram alguns autores como Ziraldo, Hugo Pratt, Guido Crepax Moebius, Quirino e Will Eisner que foram reconhecidos como revolucionários criadores de uma forma de expressão complexa (SRBEK, 2001). Nas últimas décadas, houve uma sensível valorização internacional das HQ, incluindo uma maior aceitação como veículo para o processo educativo nas escolas.
Histórias em quadrinhos são enredos narrados quadro a quadro, por meio de desenhos e textos que utilizam o discurso direto, característico da língua falada. Elas são facilmente identificadas por sua peculiaridade, pelos desenhos dos balões e dos quadros. São considerados gêneros tão complexos quanto os outros, no que tange ao seu funcionamento discursivo (Mendonça, 2002). O tipo de texto usado na história em quadrinhos é o narrativo, pois existe uma concentração das sequências, na maioria dos casos.
A História em Quadrinhos reproduz a conversação natural através da escrita, sendo fundamental a apreciação das modalidades oral e escrita que constituem o mesmo sistema linguístico. O objetivo essencial dos quadrinhos é a narração dos fatos, buscando reproduzir uma conversação natural, oriunda de uma interação face a face dos personagens, expressando-se por palavras (escrita – oral) e ou por gestos (Eguti, 2001). Tanto os desenhos quanto as palavras são necessários à compreensão da história. Segundo Marcuschi, citado por Mendonça (2002, p.196), na relação fala e escrita, tomando o contínuo dos gêneros textuais, as HQs realizam-se no meio escrito, mas buscam reproduzir a fala (conversa informal) nos balões.

REFERÊNCIAS
 EGUTI, Clarícia Akemi. A representatividade da oralidade nas histórias em quadrinhos. 2001. Dissertação (Mestrado em Letras / Português) - Universidade de São Paulo.
MENDONÇA, M. R. S. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinho. In: Ângela Dionísio; Anna Raquel Machado; Maria Auxiliadora Bezerra (Org.). Gêneros textuais e ensino. 1ª ed. Rio de janeiro: Lucena, 2002, p. 195-207.
SRBEK, W. Quadrinhos, arte educativa? Belo Horizonte, Presença Pedagógica, v.7, n.39, maio/junho. 2001- pp 19-29.
http://www.universohq.com/quadrinhos/charges_indice.cfm.

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