-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE ENSINO Á DISTÂNCIA – NEAD
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA
EDUCAÇÃO –SEED/MEC
CÍCERO
BRITO DE ANDRADE
MÓDULO:
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E CHARGES
CAXIAS
2011
Histórias
em quadrinhos
As
histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo
satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se
estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de
histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar
do país contar com grandes artistas durante a história, a influência
estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editorial
dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses.
Atualmente, o estilo cômico dos super-heróis americanos é o predominante, mas
vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses
(conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os
estilos. No caso dos cômicos alguns já conquistaram fama internacional (como
Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher
Maravilha e outros).
A
única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que desenvolveu-se um
conjunto de características profundamente nacional é a tira. Apesar de não ser
originária do Brasil, no país ela desenvolveu características diferenciadas.
Sob a influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 1960 e mais
tarde de grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80 (muitos dos quais
ainda em atividade), a tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais
"ácida" e menos comportada do que a americana.
Na década de 50, no Brasil, aconteceu a primeira exposição Internacional
da História em Quadrinhos, valorizada enquanto arte voltada para a massa. O
responsável pela exposição foi o professor Álvaro de Moya. Destaca-se como
representante expressivo das Histórias em quadrinhos, no Brasil, Ângelo
Agostini.
No período pós-guerra, houve uma grande preocupação da sociedade em
relação às histórias em quadrinhos. Nessa época, começaram a surgir os gibis
que exploravam histórias de suspense e terror. Nas décadas de 60-70 surgiram
alguns autores como Ziraldo, Hugo Pratt, Guido Crepax Moebius, Quirino e Will Eisner
que foram reconhecidos como revolucionários criadores de uma forma de expressão
complexa (SRBEK, 2001). Nas últimas décadas, houve uma sensível valorização
internacional das HQ, incluindo uma maior aceitação como veículo para o
processo educativo nas escolas.
Histórias em quadrinhos são enredos narrados quadro a quadro, por meio de
desenhos e textos que utilizam o discurso direto, característico da língua
falada. Elas são facilmente identificadas por sua peculiaridade, pelos desenhos
dos balões e dos quadros. São considerados gêneros tão complexos quanto os
outros, no que tange ao seu funcionamento discursivo (Mendonça, 2002). O tipo
de texto usado na história em quadrinhos é o narrativo, pois existe uma
concentração das sequências, na maioria dos casos.
A História em Quadrinhos reproduz a conversação natural através da
escrita, sendo fundamental a apreciação das modalidades oral e escrita que
constituem o mesmo sistema linguístico. O objetivo essencial dos quadrinhos é a
narração dos fatos, buscando reproduzir uma conversação natural, oriunda de uma
interação face a face dos personagens, expressando-se por palavras (escrita –
oral) e ou por gestos (Eguti, 2001). Tanto os desenhos quanto as palavras são
necessários à compreensão da história. Segundo Marcuschi, citado por Mendonça
(2002, p.196), na relação fala e escrita, tomando o contínuo dos gêneros
textuais, as HQs realizam-se no meio escrito, mas buscam reproduzir a fala
(conversa informal) nos balões.
REFERÊNCIAS
EGUTI,
Clarícia Akemi. A
representatividade da oralidade nas histórias em quadrinhos. 2001.
Dissertação (Mestrado em Letras / Português) - Universidade de São Paulo.
MENDONÇA,
M. R. S. Um gênero
quadro a quadro: a história em quadrinho. In:
Ângela Dionísio; Anna Raquel Machado; Maria Auxiliadora Bezerra (Org.). Gêneros
textuais e ensino. 1ª ed. Rio de janeiro: Lucena, 2002, p. 195-207.
SRBEK, W.
Quadrinhos, arte educativa? Belo Horizonte, Presença Pedagógica, v.7,
n.39, maio/junho. 2001-
pp 19-29.
http://www.universohq.com/quadrinhos/charges_indice.cfm.
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